Direitos de Imagem

Direitos de Imagem
"Imagens do blog origem google)

domingo, 8 de junho de 2014

QUANDO FUGI DE CASA







Arte de August Macke

Durante a infância, quem já não tentou fugir de casa?

Minha fuga aconteceu aos seis anos. Escolhi o fim da tarde para escapar de meus pais. Levei uma malinha. Fico pensando o que tinha dentro dela. Lembro que nada que pudesse me sustentar nos próximos dias. Criança não consegue pensar em mais de dois dias para a frente.

Carregava meu saco de bolitas, um pião, cinco chocolates Bis, um pijama, e uma bola de futebol. Achava que isso seria suficiente para o resto da vida. Não incluí nenhum produto de higiene – como menino, abominava os banhos e as escovadas de dente.

Não me despedi, bati apenas a porta com força. Caminhei 10 quadras para frente e decidi fazer um lanche na praça. Já entendia que fugir de casa cansa e dá fome.

Comi o chocolate imaginando que os pais e irmãos choravam com a minha partida, fariam equipes de busca para me localizar, que receberia cartaz com meu rosto de desaparecido nos postes e finalmente seria famoso.

Transcorreram 10 minutos e eu já estava entediado. Dez minutos para uma criança não fazendo nada equivalem a uma semana. Aguentei uma hora brincando de sonhar a tristeza familiar.

Mas começou a esfriar, a escurecer, latidos e piares estranhos surgiram atrás de mim, não quis arriscar, meus olhos ligaram o farol alto do medo. Com meus passos miúdos e derrotados, retornei ao lar arrastando a mala.

Quando entrei na sala, jurando que seria aclamado entre abraços e lágrimas, constatei que a mãe cozinhava, o pai escrevia, os irmãos assistiam televisão. Todos tranquilos e ocupados com alguma coisa, nem viraram o pescoço para me cumprimentar.

Abandonei a família e ninguém reparou. Ninguém soube. Ninguém desconfiou.

Pretendia chamar atenção e não vingou a estratégia. Qualquer despedida é uma maneira desesperada de ser chamado de volta. Tive que suportar a frustração, a discrição do amor, a falta de importância diante de tanta idealização.

Hoje vejo que coragem não era sair de casa, mas voltar. Não amadureci fugindo, mas ao reconhecer minhas fraquezas e regressar para a residência.

http://carpinejar.blogspot.com.br/2014/05/quando-fugi-de-casa.html

Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, p. 6, 20/5/2014
Porto Alegre (RS), Edição N° 17802
Fragmentos de uma paixão
Pedaços esfacelados de um coração dolorido e sofridos
pela magoa tristeza e dor.
Eis um coração que anseia pelo amor de uma grande
paixão.
Queria que meu coração não tivesse passado por tantas coisas no
inteirar da vida.
Que meu coração soubesse a verdadeira dimensão do que é
amar e ser amada.
Queria que fosse outra visão de vida, sem magoas sofrida
sem ausência de beijos carinhos e chamegos.
Que na procura da alma gêmea só
tivesse dois corações.
Com desejo e forças para viver.
Que o passado não interviesse no nosso cotidiano.
E que as lagrimas que desceram de nossos olhos
tenham sido gotas de esperança e saudade.
Apenas isto!
Que a esperança do amor não vivido brote em nossos corações. Em forma de paixão.
Queria outra vida.
Em outro tempo.
Sem vestígios de amargura sem sofrimentos e dor.
Só...
O Amor.
Que o tempo passado aniquilasse todas as reservas de solidão. Seja apenas o tempo de viver e amar.
O tempo vida é o tempo de amor.
O seu e o meu tempo da felicidade!


Mary Cely: Celia Macedo
9/04/2010.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails